A COMUNHÃO COM DEUS. 

      A comunhão com Deus é um importante fator que nos assegura a esperança e a certeza da salvação e da vida eterna.

      O que significa termos comunhão com alguém?

Desfrutarmos de um relacionamento estreito com ele; de uma amizade profunda, que nos leve a conhecer seus valores, sentimentos, desejos, suas motivações e experiências; logo, comunhão envolve propósito e atividades comuns.

      Comunhão significa participação conjunta num relacionamento, fraternidade, cooperação, é ter algo em comum.

      Deus deseja ter comunhão conosco, um relacionamento por meio do qual ele possa compartilhar com a gente sua essência, suas bênçãos, seus propósitos e seu reino. Esse é o cerne da aliança dele com o homem.

      E desde Gênesis, vemos o criador se revelando ao ser humano e fazendo alianças com homens como Noé, Abraão, Jacó, Davi e com seu povo, Israel. Essas alianças sempre vieram acompanhadas de promessas e de condições para o cumprimento delas.

      Por quê? Porque aliança é um pacto, um contrato que sela o compromisso de lealdade e ajuda mútua firmada entre duas ou mais pessoas ou nações que defendem princípios e propósitos em comum. Assim, cada pessoa aliançada desfruta de direitos e benefícios, bem como de obrigações previstas no acordo.

   (Gênesis 12: 1-4)

1 ORA, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei.

E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção.

E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.

Assim partiu Abrão como o SENHOR lhe tinha dito, e foi Ló com ele; e era Abrão da idade de setenta e cinco anos quando saiu de Harã.

      A relação entre comunhão ou compromisso, aliança é clara, por exemplo, na promessa de Deus a Abraão. Este deveria sair da sua terra e do meio da sua parentela em direção ao lugar que o Senhor ainda lhe mostraria. Esta era a primeira condição para o Altíssimo dar a seu servo uma terra, uma numerosa descendência por meio da qual seriam benditas as famílias de todas as nações. Deus também se comprometeu a engrandecer o nome de Abraão, fazer dele uma bênção, abençoar os que o abençoassem e amaldiçoar os que amaldiçoassem.

  (Gênesis 15:4-10)

Disse mais Abrão: Eis que não me tens dado filhos, e eis que um nascido na minha casa será o meu herdeiro.

E eis que veio a palavra do SENHOR a ele dizendo: Este não será o teu herdeiro; mas aquele que de tuas entranhas sair, este será o teu herdeiro.

Então o levou fora, e disse: Olha agora para os céus, e conta as estrelas, se as podes contar. E disse-lhe: Assim será a tua descendência.

E creu ele no SENHOR, e imputou-lhe isto por justiça.

Disse-lhe mais: Eu sou o SENHOR, que te tirei de Ur dos caldeus, para dar-te a ti esta terra, para herdá-la.

E disse ele: Senhor DEUS, como saberei que hei de herdá-la?

E disse-lhe: Toma-me uma bezerra de três anos, e uma cabra de três anos, e um carneiro de três anos, uma rola e um pombinho.

10  E trouxe-lhe todos estes, e partiu-os pelo meio, e pôs cada parte deles em frente da outra; mas as aves não partiu.

      Quando Abraão após algum tempo sem ver cumprida a promessa de um herdeiro legítimo pediu ao Senhor um sinal de que Ele realmente lhe daria um filho, Deus ordenou que seu servo oferecesse um sacrifício a Ele, selando aquela aliança com sangue de um animal, morto para enfatizar o caráter sagrado e duradouro dela.

      Esse ato significava que cada um dos aliançados se comprometia a entregar a vida em lugar do outro; que o inimigo de um automaticamente era inimigo do outro; que, se fosse declarada guerra contra um dos aliançados, o outro lutaria a favor do amigo. Além disso, a aliança significava que , se um tivesse algo de que o outro necessitasse, deveria dar-lhe, pois suas posses se tornariam propriedade comum. Caso um dos aliançados rompesse o acordo, seria amaldiçoado e perderia todos os benefícios daquele pacto.

(Deuteronômio 28:15-20)

 15  Será, porém, que, se não deres ouvidos à voz do SENHOR teu Deus, para não cuidares em cumprir todos os seus mandamentos e os seus estatutos, que hoje te ordeno, então virão sobre ti todas estas maldições, e te alcançarão:

16  Maldito serás tu na cidade, e maldito serás no campo.

17  Maldito o teu cesto e a tua amassadeira.

18  Maldito o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, e as crias das tuas vacas, e das tuas ovelhas.

19  Maldito serás ao entrares, e maldito serás ao saíres.

20  O SENHOR mandará sobre ti a maldição; a confusão e a derrota em tudo em que puseres a mão para fazer; até que sejas destruído, e até que repentinamente pereças, por causa da maldade das tuas obras, pelas quais me deixaste.

      Deus ao propor a Abraão esse tipo de pacto e Ele mesmo, representado por uma tocha de fogo, passar pelo caminho de sangue, entre as duas metades do animal sacrificado, estava garantindo que Ele, e não outro, nem mesmo Abraão,mas sim, Deus cumpriria o que prometera a este.

      Como está escrito em: (Hebreus 6:13-15)

13 Porque, quando Deus fez a promessa a Abraão, como não tinha outro maior por quem jurasse, jurou por si mesmo,

14  Dizendo: Certamente, abençoando te abençoarei, e multiplicando te multiplicarei.

15  E assim,(Abraão) esperando com paciência, alcançou a promessa.

      Você entende agora que o poder e a fidelidade de Deus são a nossa maior garantia de que Ele cumprirá tudo que nos tem prometido? É claro que precisamos guardar a nossa comunhão com o Senhor e fazer a nossa parte no acordo que estabelecemos com Ele por intermédio de Cristo; pacto que é superior àquele estabelecido com Abraão, que era uma sombra, uma figura, da nova aliança.

      Por meio da nova aliança, Deus proveu o Cordeiro que tira o pecado do mudo, comprou-nos, libertou-nos e santificou-nos para si, a fim de que voltássemos a gozar de comunhão que o homem desfrutava no Éden, antes de pecar e morrer espiritualmente, a qual lhe possibilitava ouvir a voz do Criador, mas uma que nos permite entender Sua motivação. Fazer Sua vontade, desfrutar de saúde, paz, segurança, proteção contra o inimigo, vida eterna e um Reino que jamais terá fim.

      Jesus deu a Sua vida para selar a nova aliança com Deus e restabelecer a comunhão entre Ele e cada um que o confessa como Senhor e Salvador. Assim, cada cristão tem, por intermédio do Espírito Santo que habita em cada pessoa que foi salva e regenerada, uma comunhão muito maior e mais profunda do que a que experimentaram homens e mulheres tementes ao Senhor no Antigo Testamento, porque o cristão é templo do Espírito Santo,

 ( I Coríntios 6:19)

19 Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?

20  Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.

      Você tem valorizado a comunhão com Deus?

      Tem participado da santa ceia, como memorial daquilo que Jesus fez por você ao entregar-se como sacrifício na cruz, para que você tivesse uma nova vida?

Entende que a ceia comemora a sua comunhão com Deus, restaurada por intermédio de Cristo? E a comunhão com a igreja. Igreja essa que é comparada a um corpo, um organismo vivo, porque neste existem vários membros e órgãos que trabalham conjuntamente, cada um desempenhando uma função, em prol da saúde, do crescimento e desenvolvimento do corpo.

Como em: (I Coríntios 12: 12 )

12  Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também.

      Sendo assim, na igreja, a despeito de uns serem líderes, e outros membros; de cada cristão ter recebido dons e ministérios, como em: (Efésios 4.11),

11 E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, todos têm a sua importância para a edificação do Corpo de Cristo, devendo seguir a verdade em amor, a fim de que,

como disse Paulo:(I Coríntios 12: 13-14 ),

13  Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo,

14  Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.

      Para termos comunhão com Deus e com nossos irmãos, precisamos aprender a amá-los de verdade, e não apenas com palavras. Necessitamos perdoar as faltas uns dos outros, aprender a respeitar e valorizar as diferenças individuais, caminhando juntos e usando esses diferentes dons, talentos e personalidades para a edificação do Corpo.

      Em (I João 4:20), é dito algo intereçante sobre amar o seu irmão:

20 Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?

      Jesus disse que a nossa justiça deveria exceder a dos fariseus, legalistas, que deveríamos amar até nossos inimigos que dirá nossos irmãos na fé, como em: (Mateus 5:44) 

44 Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus;

      Então, como certos cristãos conseguem ficar sem falar com algum de seus parentes, conhecidos, amigos?Como um cristão pode tomar ceia na igreja e não falar com o seu irmão na fé? E ainda dizem que irão para o céu. Que céu é esse, onde há separatismo, discórdia?

      Precisamos rever nossas escolhas, atitudes e concepções que destoam da Palavra e da vontade de Deus e reajustar nossa prática de vida, se queremos realmente ter comunhão com Deus.